Quem são os senadores e deputados que seguem publicando no X (Twitter) mesmo com decisão de
Pelo menos 12 parlamentares seguem utilizando a rede, que está suspensa no Brasil por determinação do Supremo Tribunal Federal.
Mesmo após o bloqueio da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares seguem utilizando a plataforma e publicando postagens em seus perfis. É o caso de pelo menos 10 deputados e senadores, que postaram, sobretudo, mensagens contra Alexandre de Moraes, questionando a decisão e, alguns, até pedindo o impeachment do ministro.

Senador Sérgio Movo (União-PR) continuo usando o perfil na rede social bloqueada, segundo ele, por meio de um "correspondente" nos Estados Unidos.
Foto: @SF_Moro via X (Twitter) / Estadão

Desde a última sexta-feira,
30, dia em que Moraes mandou suspender a rede, pelo menos 12 parlamentares
publicaram em seus perfis:
Todos os parlamentares foram
procurados pelo Estadão para comentarem a atividade na rede social suspensa. As
respostas e notas enviadas estão no final deste texto.
Ex-juiz da Lava-Jato, o
senador Sérgio Moro, por exemplo, escreveu em seu perfil na rede bloqueada que
continuará postando conteúdos na rede porque entende que possui "imunidade
material por opiniões, palavras e votos", mas que pediu a um amigo nos
Estados Unidos para fazer as publicações por ele. "Até que a decisão
judicial seja revista por sua ilegalidade e desproporcionalidade, pedi a um
amigo nos US para postar a partir de lá na minha rede. Se a imprensa pode usar
correspondentes, eu posso usar meus amigos no exterior", escreveu o
senador na noite de domingo, 1º de setembro. Desde então, o senador publicou
três postagens.
Segundo a decisão, a
plataforma segue suspensa até que a empresa nomeie um responsável - pessoa
física ou jurídica - pelas operações no território brasileiro e também pague os
mais de R$ 18 milhões em multas impostas pelo STF por descumprir bloqueios a
perfis na rede social.
O ministro estabeleceu uma
multa diária de R$ 50 mil para quem tentar burlar o bloqueio ao X por meio de
VPN - ferramenta que permite omitir a localização de acesso à internet. Esses
usuários também podem responder criminalmente, segundo a decisão. O ministro
voltou atrás horas depois da decisão sobre a determinação de que provedores de
internet e empresas como Apple e Google a criarem "obstáculos
tecnológicos" ao aplicativo e a aplicações de VPN, revogando o trecho.
Outro lado
Flávio Bolsonaro, em nota:
"Não sou parte no processo conduzido e manipulado ilegalmente por
Alexandre de Moraes. Não fui citado para apresentar minha possível defesa e não
tomei ciência de nenhuma decisão me obrigando a não fazer algo. Que eu saiba, a
imprensa ainda não virou Diário Oficial e tenho imunidade parlamentar por
minhas opiniões, palavras e votos, inclusive em minhas redes sociais, pois são
extensão do meu mandato. Alexandre de Moraes tem a obrigação de seguir as leis
brasileiras para tomar suas decisões e nenhum brasileiro é obrigado a seguir
decisões tomadas com base nas leis alexandrinas, pois o Congresso Nacional não
as aprovou e não foram sancionadas pelo Presidente da República."
O senador Eduardo Girão disse
à reportagem que houve um almoço entre senadores de oposição independentes que
"tomaram a decisão" de continuarem utilizando a rede, por entenderem
que faz parte da prerrogativa parlamentar. "Todos os senadores que estavam
no almoço e outros continuam tuitando porque é uma extensão da nossa
prerrogativa, do mandato de falar com as pessoas, mostrar o que estamos fazendo
e isso aí, num país livre como o nosso, é uma questão essencial", disse ao
Estadão.
O senador Hamilton Mourão
disse à reportagem que, como parlamentar, tem imunidade material e que o X é
"fundamental para a comunicação" de seu mandato.
