PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES
Uma reflexão sobre as eleições 2024, em Alagoinhas-BA
04/10/2024 13:56
Essa eleição de Alagoinhas para prefeito, é na verdade, como disse o deputado federal Joseildo Ramos “histórica”, não pela sua concepção, mas pelos históricos dos movimentos sociais e partidários com suas contradições no momento.
Digamos que essa eleição para prefeito, para ser sincero com os mortais eleitores, é diferente de tantas outras, chega a ser até emblemática, se considerarmos os “conchavos políticos”, intermediados por grandes forças ditas de esquerda, interdependente dos interesses desse ou daquele, visto que, pela primeira vez na história de Alagoinhas, um político de direita, ao se disfarçar de esquerda,que alcunhamos de “rei”, não só subjugou os companheiros denominados esquerdistas, como ditou regras, com o desejo de vencer os “pobres inimigos”. Como exemplo, até a marcante camisa vermelha dos camaradas, fora substituída pela camisa branca, em um tom de propósito para dizer, “quem manda aqui sou eu”.

E não fica só por ai, não! O mais grave disso tudo, foi a chapa majoritária para prefeito de Alagoinhas aliada ao governo municipal, ser indicada pelo “rei”, com exclusão de todas as pretensões de companheiros de esquerda, que desejavam ocupar o trono municipal. Restaram aos plebeus, senhores e artífices, componentes das esferas: municipal, estadual e federal,não agravando a todos, apenas os aplausos diante do poder que corrompe as pessoas em seus discursos desvariados.

Talvez a vergonha venha depois, ou não, porque como diz o povo, “vergonha não ficou para todo mundo”. Só sei que contradições existem e não vão ser apagadas, pois a história deve contar um dia, mais cedo ou mais tarde, por qual razão a submissão. Por enquanto, os fins devem justificar os meios.E aí!. Todos nós podemos comentar, falar o que quisermos, o que acontece no momento, coligar com quem desejarmos, votarmos e recebermos votos sem medo da felicidade? Parece que os discursos de raiva, de ódio, de superioridades, de honestidades,hostilidades acabaram. Agora tudo pode: até esquecer os inimigos, pois quem antes se dizia diferente, juntou-se aos criticados e supostos corruptos.
A dita esquerda, se uniu a tanta gente, que ninguém sabem mais quem é diferente e todos acabaram sendo iguais, diante das negociatas governamentais. Até quem não defende ideologia,uma linha política, acredita que os camaradas dos velhos tempos, estão certos neste momento de aflição: coligação é a razão para vencer os perigosos inimigos. Alguns deles, antes eram amigos dos meus amigos. Tudo sob controle, a ética vem depois, valem os acordos e desejo pelo poder. A esperança deve vencer o medo. Acredito que assim entendem os camaradas,.
No dia da eleição, vote com a sua razão, porque quem olha para trás, se assusta com a mudança de direção dos ditos esquerdistas, com exceção do PSTU, pois se apresenta diferente.
Portanto, prefiro a resposta do povo comparadas às vozes das crianças e digo: “Eu fico com a pureza da resposta das crianças. É a vida, é bonita. E é bonita.” Gonzaguinha.
Então, no dia 06 de outubro de 2024, reflitam bem antes de votar, pois está em jogo a sua liberdade, seu direito de ir e vir, direito de expressão e a esperança de ver uma Alagoinhas melhor, não menos que e contraditoriamente, os próprios “amigos” e antigos“inimigos”que ora estão no poder, também desejam melhorias.De fato, foram muitas denúncias cobradas pela esquerda nos 08 (oito) anos de governo do rei,assim como: ruas danificadas pelo tempo, denúncia de
superfaturamento, aumento dos impostos, zona azul, a famosa indústria da multa, falta de água em ruas da periferia, não construção de escolas, sucateamento de equipamentos públicos,(escolas, ambulâncias e outros veículos), creches prometidas em todas as campanhas, hospitais sem conclusão, venda dos imóveis públicos, desvio de parte da verba do Fundef/Fundeb,com prejuízo para a educação e/ou professores, concurso com fraude e outros. Tudo isso, parece que foi esquecidos. Vereadores e vereadoras eloquentes, que antes eram contra tudo isso, hoje se escondem e ainda pedem voto para o candidato do rei, responsável pelo desgoverno. Parte da imprensa conivente, infelizmente, essa é a nossa realidade.
Lembrem-se também, que quando os inimigos se juntam contra um inimigo em comum, é por que a união faz a força.Outra dica: Quando tem algo ou alguém que ameaça todo mundo, até os maiores rivais deixam as diferenças de lado para enfrentar o problema juntos. É tipo inimigo do meu amigo é meu amigo.
É aquela coisa, “caminhando e cantando e seguido a canção, somos todos iguais braços dados ou não. (...) Pelas ruas marchando indecisos cordões.” Geraldo Vandré.
Por isso eu digo: Perece que hoje tudo “é relativo”, se quisermos predominar as palavras do atual presidente da República aos conceitos complexos.Dessa forma, não posso ser partidário, por acreditar nesta premissa, quando os interesses individuas se sobressaem, quem tem o poder, sobrepõem seus interesses acima de tudo,de todos e até de Deus.
Que Deus seja louvado, e os pastores, padres e religiosos da nossa cidade, saibam direcionar suas ovelhas.Findo por aqui, “para não dizer que não falei das flores”, conflitos e inocência, volto-me para citar a observância da história infantil A Megera Domada de William Shakespeare, O Cravo e a Rosa: a rosa e o cravo se amam na história infantil. No enredo, conta a história de um jardineiro que planta uma muda de flor ao lado de uma roseira, e o botão que nasce é um cravo amarelo e perfumado. O cravo e a rosa se apaixonam à primeira vista e começam a namorar, mas os conflitos seguem indefinidamente.
Silvio Pereira da Silva. Para não dizer que não falei das flores. Advogado, historiador, escritor, poeta e radialista. Autor dos romances: O Cosmopolita e A menina que cantava para as flores. Alagoinhas, 03 de outubro de 2024.
Por Silvio Pereira.
Silvio Pereira é Advogado, Poeta, Escritor e compositor.
